As Baterias Show e o conceito de Mundo Artístico de Becker: será que dá samba?

Autores

  • Júlio César Silva Erthal UNIRIO

Resumo

A minha proposta ao realizar este artigo é a de fazer uma reflexão sobre a possibilidade de podermos ou não considerar as baterias show como constituindo um mundo artístico próprio, nos termos apresentados pelo sociólogo Howard Becker em diferentes textos sobre este conceito, ou se esse grupo musical seria apenas parte de um mundo artístico, englobado principalmente pelas escolas de samba e suas baterias e/ou pelo chamado grupo show, que realiza apresentações que reúnem não só os componentes de uma bateria show, mas também mulatas, passistas, mestre sala, porta bandeira, além de outros atores sociais que circulam no universo do samba. A partir da caracterização das baterias show e da entrevista com um ritmista que toca há mais de três décadas em escolas de samba cariocas, foi possível levantar alguns dados preliminares para serem comparados com alguns mundos artísticos pesquisados anteriormente, tais como: o mundo funk carioca que, entre outros acadêmicos, foi estudado em diferentes épocas pelos antropólogos Hermano Vianna (1997) e Adriana Lopes (2011); além do mundo dos cuartetos de Córdoba, investigado por outro antropólogo, Gustavo Blázquez (2008), além de outros musicólogos argentinos. Ao observar as investigações produzidas sobre esses mundos artísticos, tendo especial atenção a visão compartilhada de que a arte é fruto de uma ação coletiva, pretendo trazer reflexões para minha pesquisa etnográfica de doutorado, ainda nos seus primeiros passos, a respeito da influência das baterias shows no processo de construção das carreiras dos ritmistas vinculados às escolas de samba situadas na cidade do Rio de Janeiro.

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Biografia do Autor

Júlio César Silva Erthal, UNIRIO

Programa de Pós Graduação em Música
Etnomusicologia

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Publicado

2015-03-15

Edição

Seção

Artigos - Etnomusicologia/Música Popular