A paleopatologia e o estudo das doenças no passado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2021.v6i11.22-38

Palavras-chave:

Paleopatologia, Arqueologia, Ossos, Esqueletos, Saúde

Resumo

O estudo das doenças humanas no passado, conhecida como paleopatologia, tem ajudado muito na compreensão do comportamento humano e de sua relação com o meio ambiente ao longo da história. A paleopatologia se apresenta como uma fonte substancial de informação acerca da interação homem-doenças, trabalhando com uma fonte extensa de material direto, que são os remanescentes humanos, principalmente, de sítios arqueológicos. Este artigo efetua uma revisão da literatura sobre a paleopatologia e os aspectos teóricos-metodológicos para diagnósticos de doenças no passado, abordando sua história, as especificidades do trabalho e suas limitações, apresentando elementos para uma reflexão sobre as possibilidades de colaboração com a investigação de grandes epidemias, como a do Sars-CoV-2 (COVID-19).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andersen Liryo, Museu Nacional/UFRJ

Doutor em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ). Atualmente é Professor Adjunto III do Departamento de Antropologia do Museu Nacional/UFRJ. Atua como perito rotativo do Grupo de Trabalho Perus (GTP), que busca os desaparecidos da vala clandestina de Perus/SP.

Referências

AUFDERHEIDE, Arthur C.; RODRÍGUEZ-MARTÍN, Conrado. The Cambridge Encyclopedia of Human Paleopathology. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1998. 498 p.

BEHRENSMEYER, Anna K.; KIDWELL, Susan M.; GASTALDO, Robert A. Taphonomy and paleobiology. Paleobiology, Cambridge, v. 26, n. 4, p. 103–147, 2000. Suplement. https://doi.org/10.1017/S0094837300026907

BUIKSTRA, Jane; COOK, Della. Paleopatologia. In: ARAÚJO, Adauto José Gonçalves de; FERREIRA, Luiz Fernando (ed.). Paleopatologia e Paleoepidemiologia: estudos multidisciplinares. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, 1992. p. 41–85. https://doi.org/10.1016/j.ijpp.2017.08.005. PMid:29198402.

BUIKSTRA, Jane; COOK, Della; BOLHOFNER, Katelyn. Introduction: Scientific rigor in paleopathology. International Journal of Paleopathology, New York, v. 19, p. 80-87, dec. 2017.

BYERS, Steven N. Introduction to Forensic Anthropology: A Textbook. Boston: Allyn and Bacon, 2002. 502 p.

CAMPILLO, Domènec. Introducción à la Paleopatología. Barcelona: Bellaterra, 2001. 591 p.

GONÇALVES, Giuliano Roberto; CABRAL, Richard Halti; GRECCO, Leandro Henrique. A Importância do Emprego da Terminologia Anatômica nas Ciências da Saúde. Revista Brasileira de Educação Médica, Brasília, v. 44, n. 4, e112, 2020. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.4-20200180

GRAY, Henry. Gray Anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1988. 1147 p.

GUSMÃO, Carlos Vinícius Buarque de; BELANGERO, William Dias. Como a célula óssea reconhece o estímulo mecânico? Revista Brasileira de Ortopedia, São Paulo, v. 44, n. 4, p. 299–305, 2009. https://doi.org/10.1590/S0102-36162009000400003. PMid:27022510.

KELLEY, Mark A. Infectious Disease. In: ISCAN, Mehmet Yasar; KENNEDY, Kenneth A. R. (ed.). Reconstruction of life from the skeleton. New York: Alan R. Liss, Inc., 1989. p. 191-199.

LOPES, Célia; POWELL, Mary Lucas; SANTOS, Ana Luísa. Syphilis and cirrhosis: A lethal combination in a XIX century individual identified from the Medical Schools Collection at the University of Coimbra (Portugal). Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 105, n. 8, p. 1050–1053, 2010. https://doi.org/10.1590/S0074-02762010000800016. PMid:21225204.

LOVELL, Nancy C. Paleopathological Description and Diagnosis. In: KATZENBERG, Mary Anne; SAUNDERS, Shelley R. (Ed.). Biological Anthropology of the Human Skeleton. First ed. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons, Inc., 2000. p. 211–242.

MANN, Robert W.; HUNT, David R.; LOZANOFF, Scott. Photographic regional atlas of non-metric traits and anatomical variants in the human skeleton. Springfield, Illinois: Charles C Thomas, 2016. 744 p.

MAYS, Simon. The archaeology of human bones. First ed. New York: Routledge, 1998. 242 p.

MENDONÇA DE SOUZA, Sheila Maria Ferraz. Traumatismos vertebrais como indicadores de atividade física na população da Furna do Estrago, Pernambuco, Brasil. In: ARAÚJO, Adauto José Gonçalves de; FERREIRA, Luiz Fernando (ed.). Paleopatologia e Paleoepidemiologia: estudos multidisciplinares. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, 1992. p. 123–139.

MENDONÇA DE SOUZA, Sheila Maria Ferraz. Estresse, doença e adaptabilidade: estudo comparativo de dois grupos pré-históricos em perspectiva biocultural. 1995. Tese (Doutorado em Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 1995. 254 p.

MENDONÇA DE SOUZA, Sheila Maria Ferraz. Anemia e adaptabilidade em um grupo costeiro pré-histórico: uma hipótese patocenótica. In: CONGRESSO DE LA ASSOCIACION LATINOAMERICANA DE ANTROPOLOGIA, 4., 1996, Buenos Aires. Anais [...]. Buenos Aires: [s. n.], 1996. Tema: Salud y Enfermedad de las poblaciones Aborigenes y Cosmopolitas de America.

MENDONÇA DE SOUZA, Sheila Maria Ferraz; DE CARVALHO, Diana Maul; LESSA, Andrea. Paleoepidemiology: Is There a Case to Answer? Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 98, p. 21–27, jan. 2003. Suplemento 1. https://doi.org/10.1590/S0074-02762003000900005. PMid:12687758.

NUNES, Everardo Duarte. Análise de alguns modelos utilizados no ensino das ciências sociais nas escolas médicas: bases teóricas. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 506–515, dez. 1978. https://doi.org/10.1590/S0034-89101978000400010. PMid:752922.

ORTNER, Donald J. Skeletal Paleopathology: probabilities, possibilities and impossibilities. In: VERANO, John W.; UBELAKER, Douglas H. (ed.). Disease and demography in the Americas. Washington (D.C.): Smithsonian Institution Press, 1992. p. 5–13.

ORTNER, Donald J.; PUTSCHAR, W. G. J. Identification of pathological conditions in human skeletal remains. 1 ed. Washington (D.C.): Smithsonian Institution Press, 1981. 664 p. https://doi.org/10.5479/si.00810223.28.1

PIZZICHINI, Márcia Margaret Menezes et al. Medidas de frequência: calculando prevalência e incidência na era do COVID-19. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, v. 46, n. 3, e20200243, 2020. https://doi.org/10.36416/1806-3756/e20200243. PMid:32556028 PMCid:PMC7572287.

ROBERTS, Charlotte. Infectious Disease in Biocultural Perspective: past, present and future work in Britain. In: COX, Margaret; MAYS, Simon (ed.). Human Osteology: In Archaeology and Forensic Science. London: Greenwich Medical Media, 2000. P. 145-162.

ROTHSCHILD, Bruce M.; MARTIN, Larry D. Paleopathology: disease in the fossil record. Boca Raton, Fla: CRC Press, 1993. 386 p.

RUFFER, Marc Armand. Studies in palæopathology in Egypt. The Journal of Pathology and Bacteriology, London, v. 18, n. 1, p. 149–162, 1913. https://doi.org/10.1002/path.1700180116.

SAUNDERS, Shelley R. Nonmetric Skeletal Variation. In: ISCAN, Mehmet Yasar; KENNEDY, Kenneth A. R. (ed.). Reconstruction of life from the skeleton. New York: Alan R. Liss, Inc., 1989. p. 95–108.

SHUFELDT, Robert Wilson. Notes on Palæopathology. Popular Science Monthly, New York, v. 41, p. 679–684, 1892.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Terminologia Anatômica Internacional. São Paulo: Manole, 2001. 259 p.

STEINBOCK, Ted. Paleopathological Diagnosis and Interpretation: Bone Diseases in Ancient Human Populations. Springfield: Charles C Thomas, 1976. 423 p.

WALDRON, Tony. Palaeopathology. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2008. 279 p. https://doi.org/10.1017/CBO9780511812569.

WHITE, Tim D.; BLACK, Michael T.; FOLKENS, Pieter A. Human Osteology. Third ed. Burlington, MA: Elsevier, 2012. 688 p.

WOOD, James W. et al. The osteological paradox. Problems of inferring health from the skeleton. Current Anthropology, Chicago, v. 33, p. 343–370, aug./oct. 1992. https://doi.org/10.1086/204084.

Downloads

Publicado

2021-09-28 — Atualizado em 2021-09-28

Versões

Como Citar

Liryo, A. (2021). A paleopatologia e o estudo das doenças no passado. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 6(11), 22–38. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2021.v6i11.22-38