Música experimental, mulheres, feminismos e a força da arte progressista

Autores

  • Tânia Mello Neiva

Palavras-chave:

Mulheres na Música, Música Experimental Brasileira, Feminismo e Experimentalismo, Isabel Nogueira, Bella

Resumo

Neste artigo apresento duas obras e recortes das trajetórias das artistas sonoras brasileiras Bella e Isabel Nogueira como exemplos de posicionamentos feministas no contexto da música experimental no país. Busco no feminismo decolonial referencial para análise e compreensão da atuação dessas mulheres sugerindo que sua arte e suas trajetórias são resultados de enfrentamento e resistência às práticas e valores opressores típicos de uma sociedade patriarcal e colonializada refletidos em todos os campos sociais, inclusive na música experimental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tânia Mello Neiva

Possui graduação em Música pela Universidade Estadual de Campinas (2003), mestrado em Mestrado em Música pela Universidade Estadual de Campinas (2006) e doutorado em Música pela Universidade Federal da Paraíba (2018). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Música, atuando principalmente nos seguintes temas: música experimental, musicologia feminista, teatro, performance, improvisação e musicologia.

Referências

ALBUQUERQUE, Gabriel G. Poética Sonoras das fitas cassete. Em blog de Gabriel G. Albuquerque O volume morto. 01/10/2016. Disponível em: http://www.ovolumemorto.com/single-post/2016/10/01/po%C3%A9ticas-sonoras-das-fitas-cassete

ANDAG’O, Elisabeth & PACHECO, Caroline Brandel. Belonging and Identity: exploring gendered meanings of musicking in seven-year-olds. Em: B. Ilari & S. Young (Eds.). Children’s Home Musical Experience Across the World. Bloomington, IN: Indiana University Press, 69-79., 2017.

ANZALDÚA, Glória. La consciência de la mestiza/rumo a uma nova consciência. Estudos Feministas, Florianópolis, 13(3): 320, setembro-dezembro/2005

ARMSTRONG, Victoria. Technology and the gendering of music education. Farnham - UK/Burlingyon – USA: Ashgate, 2011.

BARRAGÁN, Margarita Aguinaga et al. Pensar a Partir do Feminismo – Críticas e alternativas ao desenvolvimento. Em: DILGER, Gerhard; LANG, Mirian & FILHO, Jorge Pereira (org.). Descolonizar o Imaginário – debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento, São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2016.

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o Giro Decolonial; Revista Brasileira de Ciência Política, nº11. Brasília, pp. 89-117, 2013

BARBOSA, Regiane R. & MASO, Techela F. Possíveis Contribuições De Aníbal Quijano Para As Relações Internacionais. Em ENEPEX – encontro de ensino, pesquisa e extensão, 8O ENEPE, 2014. Disponível em: http://eventos.ufgd.edu.br/enepex/anais/arquivos/435.pdf

BARROSO, J. M.. Feminismo decolonial: una ruptura con la visión hegemónica eurocéntrica, racista y burguesa. Entrevista con Yuderkys Espinosa Miñoso. Iberoamérica Social: revista-red de estudios sociales (III), pp. 22 - 33. 2014. Recuperado de http://iberoamericasocial.com/feminismo-decolonial-una-ruptura-con-la-vision-hegemonica-eurocentrica-racista-yburguesa

BELLA. O corpo da mãe em (des)compasso com o tempo, o espaço e a materia de trabalho. Em Revista Linda, ano 4, ed. 6, 02/10/2017. Disponível em: http://linda.nmelindo.com/2017/10/o-corpo-da-mae-em-descompasso-com-o-tempo-espaco-e-a-materia-de-trabalho/

BORN, G. Music Technology, Gender, and Class: Digitization, Educational and Social. Em: Twentieth-Century Music 12/2, 135–172 C_ Cambridge University Press, 2015

BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. [Tradução: Maria Helena Kühner]. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

BOURDIEU, Pierre. Pierre Bourdieu: Sociologia /organizador da coletânea Renato Ortiz, [tradução de Paula Montero e Alícia Auzmendi]. – São Paulo: Ática, 1983.

BOUTELDJA, Houria, White Women and the Privilege of Solidarity, palestra conferida durante o Quarto Congresso Internacional de Feminismo Islâmico, Madri, outubro de 2010

CAMPESATO, Lilian. Limite da Música Ruído: musicalidade, dor e experimentalismo. Natal: ANPPOM, 2013.

COSTA, Ana Alice Alcantara. O Movimento Feminista No Brasil: Dinâmicas De Uma Intervenção Política. In. Niterói, vol. 5, n. 02, 1 semestre de 2005. P. 09-36

COSTA, Valério Fiel da. Rasgando Estrelas Amarelas. Em site do 3० FIME., 2017. Disponível em: http://www.fime.art.br/2017/curadoria/

COUTO, Ana Carolina N. Repensando o ensino de música universitário brasileiro: breve análise de uma trajetória de ganhos e perdas. Opus, Porto Alegre, v. 20, n. 1, p. 233-256, jun. 2014

CURIEL, Ochy. Identidades esencialistas o construcción de identidades políticas: El dilema de las feministas negras. para Ciudad de Mujeres http://www.ciudaddemujeres.com

DAVIS, Angela. Mulheres, Cultura e Política. Trad. Heci Regia Candiani, 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2017.

FALQUET, Jules. Transformações neoliberais do trabalho das mulheres: liberação ou novas formas de apropriação? Em Gênero e Trabalho no Brasil e na França - perspectivas interseccionais. (organização: Alice Rangel de Paiva Abreu, Helena Hirata e Maria Rosa Lombardi). 1 ed. - São Paulo: Boitempo, 2016 pp 37-46.

FENERICH, A. Obra musical opaca: a confluência de valores da música experimental em Pierre Schaeffer e John Cage. Revista Poiésis 25 (13-26)., 2015. Retrieved from http://www.poiesis.uff.br/p25/p25-dossie-1-alexandre-sperandeo-fenerich.pdf

FONSECA, Susan Campos e NOGUEIRA, Isabel Porto (organizadoras), Estudos de Gênero, Corpo e Música – abordagens metodológicas volume da Série Pesquisa em Música no Brasil, ANPPOM , 2013.

GREEN, Lucy. Música, Gênero y Edication. Pablo Manzano (trad.)Madrid: Morata, 2001.

GROSZ, Elizabeth. Corpos Reconfigurados. In: Cadernos Pagu. Campinas, v. 14, p. 46-86, 2000.

HARAWAY, Donna. Saberes Localizados: A Questão Da Ciência Para O Feminismo E O Privilégio Da Perspectiva Parcial. Cadernos Pagu (5), Campinas, SP. 1995 p. 07-41.

HIRATA, Helena. O cuidado em domicílio na França e no Brasil. Em Gênero e Trabalho no Brasil e na França - perspectivas interseccionais. (organização: Alice Rangel de Paiva Abreu, Helena Hirata e Maria Rosa Lombardi). 1 ed. - São Paulo: Boitempo, 2016. pp 193-202.

IAZZETTA, Fernando. Entre a pesquisa e a criação: a experiência dentro da sonologia. In: Anais do XXIV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, São Paulo, Unesp, 2014. p. 1-9

IWAO, Henrique. Colagem Musical na Música Eletrônica Experimental. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Gradução em Música, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo para obtenção de título de mestre. 2012.

LANE, Cathy. Why not our voices? In: Women and music: a Journal of Gender and Culture. Volume 20, 2016. 96-110.

LANG, Mirian. Alternativas ao Desenvolvimento. Em: DILGER, Gerhard; LANG, Mirian & FILHO, Jorge Pereira (org.). Descolonizar o Imaginário – debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento, São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2016.

LUGONES, Maria. Rumo A Um Feminismo Descolonial. Em: Estudos Feministas. Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014.

MCCARTNEY, Andra. Creating Worlds for my Music to Exist: How Women Composers of Eletroacoustic Music make Place for Their Voices. Dissertação submetida à Faculty of graduate Studies in partial fulfilment of the requirements for the degree of Master Of Arts. Graduate Program in Music of York university, North York, Ontario, 1997.

MCCLARY, Susan. Feminine Endings: music, gender, sexuality. University of Minnesota Press, 2002.

MENA, Ana Marcela Montanaro. Herencias genealógicas del feminismo decolonial en América Latina: Hacia la construcción de un Tercer Feminismo. Dissertação de Mestrado em: Estudios Avanzados en Derechos Humanos Instituto de Derechos Humanos “Bartolomé de las Casas” Curso académico 2015-2016.

NEIVA, Tânia, ‘Mulheres Brasileiras na Música Experimental: uma perspectiva feminista’, Tese para obtenção do título de doutora apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música do Centro de Comunicação, Turismo e Arte da UFPB – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. 2018.

NEIVA, Tânia; NOGUEIRA, Isabel, ZERBINATTI, Camila; COSTA, Valério Fiel da & ZANATTA, Luciano. Sobre o Encun: texto a dez mãos e cinco cabeças. Em Revista Linda, ano 4, 18/02/2017. Disponível em: http://linda.nmelindo.com/2017/02/sobre-o-encun-texto-a-dez-maos-e-cinco-cabecas/

NOGUEIRA, Isabel & ZANATTA, Luciano. Impermanente movimento: epistemologias feministas, tecnologias, performance e criação sonora em loops e camadas de sentido. 2016.

NOGUEIRA, Isabel & NEIVA, Tânia. Mujeres en la música experimental y colectivos feministas en estudios sonoros en Brasil. No prelo.

NOGUEIRA, Isabel Porto & VELARDI, Marília. Redes de subjetividades, imagem e presença: estudos qualitativos sobre a multiplicidade de imagens e de leituras sonoro-poético-reflexivas de mulheres. Anais de Congresso: Música, Imagem e Documentação na Sociedade da Informação. Mesa Redonda 3 – Acervos e Repertórios Iconográficos Musicais. 2017/c.

NOGUEIRA, Isabel. Entre o Espelho e o Mosaico: Reflexões sobre Performance e Musicologia na Construção da Identidade Feminina em Música. Em: Revista Tulha, vol. 1, n. 2, p. 302-342. Ribeirão Preto, 2015

NOGUEIRA, Isabel. Não está tudo bem assim: dos mecanismos de exclusão introjetados e de como pensar sobre isto não é uma tarefa apenas das mulheres. Em Revista Linda, ano 4, ed. 7, 12/11/2017/b. Disponível em:http://linda.nmelindo.com/2017/11/nao-esta-tudo-bem-assim-dos-mecanismos-de-exclusao-introjetados-e-de-como-pensar-sobre-isto-nao-e-uma-tarefa-apenas-das-mulheres

NOGUEIRA, Isabel. Lugar de fala, lugar de escuta: Criação sonora e performance em diálogo com pesquisa artística e com as epistemologias feministas. Em Revista Vórtex, Curitiba, v.5, n.2, 2017/a, p.1-20

NOGUEIRA, Isabel. Thea: por uma metodologia artística e feminista. Em Revista Linda, ano 4, ed. 6, 02/10/2017/d. Disponível em: http://linda.nmelindo.com/2017/10/thea-por-uma-metodologia-artistica-e-feminista-2/,

NOGUEIRA, Isabel. http://isabelnogueira.com.br/

NUNZIO, Mário Augusto Ossent del, Práticas colaborativas em música experimental no Brasil entre 2000 e 2016. Tese de doutorado apresentada à Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Música. 2017.

OBICI, Giuliano. Gambiarra e Experimentalismo Sonora. Tese apresentada ao programa de Pós-graduação em Música, área de concentração – Musicologia. Linha de Pesquisa – História, Estilo e Recepção da Escola de Comunição e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo – USP. 2014.

ORTNER, Sherry B. Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura? Em A mulher, a cultura, a sociedade. (org. Michelle Zimbalist Rosaldo e Louise Lamphere). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 95-120

PEDRO, Joana Maria. Feminismo e Gênero na Universidade: trajetórias e tensões da militância. História Unisinos, 9 (3), setembro/dezembro de 2005, pp. 170-176;

PEREIRA, Marcos Vinicius Medeiros. Licenciatura em música e habitus conservatorial: analisando o currículo. Em Revista da ABEM, vol.22, n. 32 Londrina, 2014, p. 90-103

PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. [Tradução: Angela M. S. Corrêa]. São Paulo: Contexto, 2008.

RAGO, Margareth. Epistemologias Feministas, Gênero e História. Em PEDRO, Joana; GROSSI, Miriam (orgs.)- Masculino, Feminino, Plural. Florianópolis: Ed.Mulheres,1998.

RODGERS, T. Pink Noises: women on electronic music and sound. Durham and London: Duke University Press. 2010

SAFFIOTTI, Heleieth, Força de trabalho feminina no Brasil: no interior das cifras. Em Perspectivas,São Paulo, no 8, p.95-141, 1885

SOIHET, Rachel & PEDRO, Joana Maria. A emergência da pesquisa da História das Mulheres e das Relações de Gênero. Em Revista Brasileira de História. São Paulo, v 27, n૦ 54, p. 281-300. 2007

Downloads

Publicado

2019-12-29

Como Citar

Neiva, T. M. (2019). Música experimental, mulheres, feminismos e a força da arte progressista. DEBATES - Cadernos Do Programa De Pós-Graduação Em Música, (22). Recuperado de https://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/9647